por Raymundo Viana
Da inquieta infância, companheiro,
solidário, como melhor amigo,
os doces frutos, a sombra, o ombro,
assim te conheci, meu Umbuzeiro!
Nas orvalhadas manhãs, feliz roteiro,
dos sonolentos, descalços e apressados,
na disputa dos galhos carregados,
dos frutos mais maduros, meu Umbuzeiro!
Inda me lembro amigo,
Se primeiro chegasse, os doces frutos apanhava,
e no tronco aconchegante me sentava,
saboreando as delícias, meu Umbuzeiro!
Eu envelhecido, tu ainda altaneiro,
a acolher-me na sombra refrescante,
revivo as lembranças e em um instante,
choro de saudades, meu Umbuzeiro!
Emociono-me todas as vezes que leio esta poesia, não só pela beleza, rima e métrica em seus versos, mas principalmente pela sensibilidade com que o autor relembra sua infância e, diga-se de passagem, que o arvoredo ainda existe na sua cidade natal, Iraquara-Ba, onde viveu cada segundo retratado nos versos. Esta poesia é apenas uma de muitas outras que fazem parte do livro “Pedaços de Mim”, que escreveu antes que viera a falecer.”
Anônimo
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