Por: luzia santos
Mais de 50% do Cariri paraibano, bioma que ocupava quase 20% da área territorial do Estado, apresenta elevados índices de desertificação. O problema não pára por aí, segundo o professor de Geociências da Universidade Federal da Paraíba, Bartolomeu Israel, a desertificação continua avançando. A degradação ambiental, de acordo com o estudioso, se revela mais preocupante nos vales dos rios Taperoá e Paraíba. As informações foram apresentadas durante a 28ª edição da Semana do Meio Ambiente organizada pela Superintendência de Administração do Meio Ambiente (Sudema) que começou ontem e prossegue até o dia 5 de junho, com painéis, encontros e caravana ecológica.
O professor Israel ressaltou que no bioma do Cariri já foram catalogadas 437 espécies de vegetais, das quais 183 são endêmicas, ou seja, só foram encontradas nesta região. Apesar de o Cariri ser a área com menor índice de chuvas do Estado, a região estaria longe de ser considerada pobre. “Ela pode ser considerada um “patinho feio” que na verdade é um cisne”, enfatizou.
Além dos prejuízos ambientais, a desertificação estaria trazendo efeitos sociais e econômicos para o Estado. “Os efeitos sociais da seca e da desertificação ainda têm sido pouco sentido no Cariri paraibano em virtude da intervenção do Estado através de políticas públicas, como pagamento do bolsa família, aposentadorias, entre outros. Já os efeitos para a economia começam a ser mais perceptíveis principalmente ao atingir a produção leiteira”, disse.
O superintendente da Sudema, Eloízio Henrique Dantas, destacou que estão sendo concluídos os estudos para elaboração do Plano de Ação Estadual de Combate à Desertificação e a Mitigação dos Efeitos da Seca e da Estiagem no Estado. Ressaltou, ainda, que a Sudema constitui uma comissão técnica para criar o Fórum Paraibano de Mudanças Climáticas que deverá contar com a participação de técnicos da Agência Estadual de Gestão das Águas do Estado da Paraíba (Aesa) e representantes da Assembleia Legislativa, para discutir a questão de mudanças climáticas e suas consequências.
O secretário de Meio Ambiente, Recursos Hídricos, Ciência e Tecnologia (Semarh), Francisco Sarmento, destacou que a Paraíba tradicionalmente vem enfrentando dois gargalos em relação ao meio ambiente. “O saneamento básico e a desertificação são os problemas mais graves em relação ao meio ambiente no Estado”, disse.
PASSEIO CICLÍSTICO
Para o Dia Mundial do Meio Ambiente a ser comemorado no próximo sábado, a Sudema organizou um passeio ciclístico para a população da capital. A concentração do passeio será a partir das 7h, no Parque Solon de Lucena (Lagoa), com saída prevista para as 8h, seguindo pelas avenidas Getúlio Vargas, Duarte da Silveira, Ministro José Américo de Almeida (Beira Rio), Rui Barbosa, Júlia Freire, Epitácio Pessoa, e chegada no Busto do Almirante Tamandaré, divisa das Praias de Tambaú e Cabo Branco. Ao final do percurso serão sorteadas duas bicicletas entre os participantes.
Nenhum comentário:
Postar um comentário